sexta-feira, 29 de maio de 2009

poema de glauco mattoso poemas satiricos

Soneto 26
Lírico

Dizem que o amor é cego e a carne é fraca,
mas só amei alguém quando enxergava.
Hoje a cegueira queima como lava
e o coração resiste a qualquer faca.

Ontem tesão, agora sóressaca.
Foi-se a paixão que fez minh'alma escrava.
Se inda me queixo dessa zica brava,
sou caçoado e passo por babaca.

Nem tudo está perdido: resta o cheiro
que invade-me as narinas quando passo
na porta do vizinho sapateiro.

Vá lá: o papel que faço é de palhaço.
O olfato é meu recurso derradeiro
e o cheiro do fetiche o único laço.

Um comentário:

  1. Se envolvendo nas palavras,poemas e tragetoria de glauco mattoso a 1º vista pensamos que ele é louco,uma pessoa sem noção,sem vergonha do que diz mas se aprofundando vemos que ele é masi um trovador que conta o que se passa o que pensamos o que fazemos ,que mostra que nem tudo é belo e que nem sempre o amor é correto.e que mesmo achando que tudo durará para sempre a apixão o fogo de amar pode passar rapidamente.ppoderia destacar caracteristicas que são obvias ao se pesquisar mais afundo sobre poesia satirica só que prefiro falar de coisas não vistas e não indentificadas por uma simples leitura.

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